Arte Moderna


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Diálogo:

Orquídea diz: - Eu pensei em desenhar e ilustrar os seus textos.
Thaty diz: - Ueh, ótima ideia. Me manda seus desenhos?
- Você vai expor eles no Louvre?
- Vou *Risada escandalosa*

Amigos são pra essas coisas. Pegam os seus rabiscos de tinta tempera e dizem que são Arte Moderna, só para ver aquele sorriso grande estampado em seu rosto.

A menina que sempre fugia


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Ela sempre se esquivava. Aos 7 anos sua mãe a levou no psicólogo e ela só dava respostas evasivas:

- Como você está se sentindo hoje?
- Bem.
- Tem algo novo para contar?
- Ganhei um brinquedo novo.
- Fale-me mais desse brinquedo.
- *Silencio*

Quando ela cresceu, sua mãe tentou levar para a igreja aos domingos:

- Vamos na igreja filha.
- *Fingindo que dorme*

30 minutos depois

- Vem filha, a carona ta esperando. Vamos na igreja.
- *Limpa a baba* Eu tenho trabalho da escola pra fazer mãe, vou aproveitar que é domingo e usar a net discada da vizinha.

Quando ela cresceu mais um pouco, ela evitava os namorados. Tinha um na cidade vizinha, que ela fugia dos encontros. O menino dava sorte de sempre encontra-la de 3 em 3 meses, quando ela ia no dentista e por coincidencia esbarrava nele na rua.

Na cidade onde morava, sempre arrumava alguns garotos pra passar o tempo, mas nada sério, só alguns beijos e no máximo 3 encontros. Mas ela nunca terminou com nenhum deles. Ela simplesmente parava de atender ao telefone, fingia não estar em casa, não ter ido na aula e por fim, se ele ainda não tivesse entendido a mensagem, aparecia com outro garoto.

Sempre foi assim brincando, fingindo e fugindo. Era divertido, ao menos pra ela.

Até que ela se perdeu.
Fugiu tanto que nunca mais encontrou o caminho de volta. Fingiu tanto que não sabia quem era. Brincou tanto que as coisas perderam a graça.

Só Deus sabe quando ela vai parar de fugir, mesmo perdida ela ainda tenta fugir. Fugir para um lugar ou para qualquer lugar, mas ela quer fugir de onde ela está.

Uma noite fria, um buraco negro sem fim, uma dor imensa e a solidão maior que seu coração. Um vestido sujo, a barriga vazia, o cabelo desgrenhado e a verdade que cega. Uma brincadeira de fingir ser uma menina que foge, assim quem sabe por piedade alguém lhe tira desse buraco profundo.

Será que tem alguém procurando por ela?

Enquanto você dormia...


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Alice chegou naquele quarto, ela dormia. Até roncava baixinho.
Fez sinal de silêncio para Dora que começava a mexer nas gavetas afim de tentar descobrir algo em especial.
Ao pé da cama dormia um gato. Dora se dirigiu a ele tocando-lhe no pescoço como se fosse estrangula-lo. Alice impediu: -Esta louca?
Dora sorriu.
A exploração continuou, como uma aventura enquanto ela dormia.
Alice pegou o travesseiro que estava ao lado do dela e cheirou falando baixinho para Dora : - Ui, o bofe e cheiroso. (risadinhas)
Dora encontra a gaveta de calcinhas e chama Alice para verificar o tesouro.
-O que fazemos? cortamos todas?
Pergunta ela de olho arregalado enquanto Alice as examina, uma a uma.
-Paraaaa com a sua doidice, será que la no fundo tem um vibrador?
Orquídea se mexe na cama, as duas se abaixam, se jogam no chão.
Silêncio. A busca poderia continuar.
Alice se senta no computador que estava ligado, no skype estava on line Thaty e ela resolve dar um bonjour.
Do outro lado, como sempre do outro lado, Thaty responde assustada.
- Que que vocês estão fazendo ai? Vazem agoraaaaaaaaa suas piranhas a toa.
Alice manda um emoticon fazendo beicinho e pergunta.
-Posso come-la?
Thaty responde friamente.
-Pode, mas a la sause barbecue por favor...

Desespero


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Overdose Homeopatica

A Festa


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Eduardo foi convidado para uma festa de 15 anos. Eduardo ainda era virgem e seus amigos tinham armado um encontro com uma menina da escola, aquelas meninas que ao chegarem nos 30, farão parte do club Véias Taradas.

A festa era na casa de uma das colegas de aula, os pais estavam entretidos com os convidados, os amigos dançando "Não se reprima", era o momento certo de subir as escadas.

Eduardo já tinha bebido algumas, estava nervoso e ansioso, tocava seu bolso esquerdo várias vezes, para ter certeza que a camisinha ainda estava lá. Abriu a porta do quarto, estava escuro lá dentro, só pode ver uma silhueta feminina sentada na cama.

Uma voz de menina o chama:
- Vem Edu, senta aqui comigo.

Eduardo engoliu seco, limpou as mão suadas no blusão de moletom e entrou no quarto, fechando em seguida a porta. A menina acende o abajur. "Oh God", pensou Eduardo, ela era bonita mesmo. Ela começa a falar, das coisas que gosta, do que não gosta, de como iria fazer e como Eduardo devia fazer.

Ele não prestava atenção, estava observando a boca vermelha meticulosamente colocada no rosto de pele branca macia, ela era muito bonita. Por fim ela balança Eduardo dizendo para ele acordar, passa as mãos em seus cabelos e resmunga algo, dizendo que não está bem, havia bebido demais. Ela apressa Eduardo, pois queria ir pra casa logo.

Ela se deita na cama, Eduardo tira as calças e cueca, deita-se ao lado dela, tremendo como se tivesse acabado de nascer. Eduarco levanta as cobertas e cuidadosamente se encaixa entre as pernas dela, ficando em cima da garota.

Ela está quieta, Eduarco percebe que esquecera da camisinha, pula rapidamente para fora da cama e pega nas suas calças. OK, tudo certo agora. Ao voltar para a cama, Eduardo percebe que ela estava quieta, imóvel. Ele deita-se ao seu lado, toca seus cabelos e sente a pele um pouco fria, apavorado toca-lhe o pulso e tenta ouvir sua respiração.

"Parece que está tudo bem, acho que ela dormiu" pensa Eduardo. O muleque ainda virgem, se veste e deita ao lado dela, velando seu sono. Ao menos os amigos achariam que aconteceu algo, mas quem se importa que ainda não aconteceu?

Ele acorda no dia seguinte, com uma ressaca grande e o saco doendo. A sua acompanhante já havia ido embora, só restava a Eduardo uma punheta matinal e o caminho solitário para casa.

Enquanto afundava seus pés na grama molhada pelo sereno, ele pensava "Nunca mais vou beber, nunca mais".

Você e Eu


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Você e eu, juntos somos um.
Você e eu queremos tudo,
mais que podemos dar um ao outro.
Você e eu, assim não será possível viver.
Você e eu, nos amamos feito loucos.
Você e eu, não vai dar certo.
Você e eu, é muito complexo.

Orquidea Martins - Jan/09

Meu nome é Joana!


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Madonna - Justify My Love


Vou lhes apresentar, Joana.

Joana é uma mulher de 42 anos, tem filhos, uma sogra, um marido, um gato e cachorro, uma mãe, uns quilinhos a mais na balança e um fogo que nunca apaga...

Quem diria hein? Por debaixo daquele avental sujo de molho, existe uma calcinha molhada. Apartir de hoje, conto-lhes a história dessa simpática dona de casa e como um marido sem graça e alguns quilos a mais, não tiram a alto estima dessa mulher.

Hoje lhes conto como conheci essa Dona simpática e como sei de suas peripécias.

Um dia, no alto dos meus 15 anos, estava deitada (lê-se atirada e esparramada) no sofá de casa, assistindo televisão. Ouvi a campainha da vizinha tocando (era um condomínio, paredes muito próximas), ela logo atendeu e uma voz grossa disse:

- Entrega para Joana Canonidea Lendette.

Dona Joana respondeu, pedindo para o rapaz entrar e se servir de água, enquanto ela assinava a papelada. Eu só prestei atenção no assunto, porque estava no intervalo do meu programa, logo os comerciais se encerraram e tornei a prestar atenção na telinha.

No intervalo seguinte, passado uns 20 minutos, ouço um objeto se quebrando na vizinha, sabia que ela estava sozinha em casa (ao menos era o de costume estar) então sai em seu socorro, vai que a mulher caiu e se cortou toda? *cara de espanto*

Ao chegar na janela da sala de Dona Joana, olho para dentro da casa, fazendo sombra com as mãos tentando enxergar algo e eis que me deparo com "A cena".

O homem estava escorado no aparador da sala de jantar, acho que foi por isso que o copo que jazia no chão, logo ao seu lado, havia caído e se quebrado. Suas calças estavam desabotoadas e caídas logo abaixo do joelho, suas mãos apertavam forte a beirada de madeira do móvel, sua cabeça pendia para trás, olhos fechados e apertados, boca semi aberta.

Ele não estava sozinho na sala, tinha uma mulher na frente dele, ajoelhada, fazendo movimento com a cabeça e mãos, não pude ver ao certo quem era, não nesse instante, pois a mesma estava de costas para mim. Mas seus cabelos era parecidos com o de Dona Joana, será sua irmã?

Eu fiquei ali parada, talvez por curiosidade ou espanto, não lembro de ter sentido alguma sensação, lembro que depois de um longo tempo (meu programa já ia para o intervalo novamente) o homem soltou um urro e voltou sua cabeça a posição normal, colocou as mãos na cabeça da mulher a sua frente e a puxou para cima, abrindo os olhos e me vendo. Acho que ele falou para a mulher que tinha alguém os olhando, pois ela se virou e eu pude confirmar, era Dona Joana.

Antes de sair correndo e me fechar dentro do meu quarto (sim, me fechar dentro de casa não era suficiente, tinha que ser dentro do quarto), eu vi o espanto no rosto de Dona Joana e vi um pedaço de carne roliço, longo e grosso, de cor marrom escura e com a ponta vermelha, sabia o que era aquilo mas era a primeira vez ao vivo. Fiquei um pouco frustrada em a primeira vez que eu vi um pênis na vida, ser dessa forma, sem poder tocar ou sentir. Sei que depois desse dia, minha relação com Dona Joana nunca mais foi a mesma.

Agora para mim, ela é apenas Joana e nos falamos todo sábado, quando meu marido está no trabalho e o dela leva as crianças para o parque. Nossos telefonemas tem que ser via Skype, pois a conta vinha muito alta no fim do mês. O que ela me conta que leva tanto tempo assim? Ah, só coisas de uma Dona de casa, coisas que contarei aqui toda semana.

PS: Joana Canonidea Lendette é um personagem fictício, com historias reais ou não, fatos vividos pela autora que vos fala ou não.

Manutenção


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Fonte: Will Tirando